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Erupção – O levante ainda não terminou

coletivA ocupação

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Dança

Brasil

14 anos

80'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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Em tempos de urgência alimentar, sanitária e climática, sobrepostas às injustiças sociais em níveis global e local, a arte lê a sua época com lentes tão agudas quanto. “O que é o fim do mundo para mundos que já terminaram há muito tempo?”, indaga a equipe da coletivA ocupação, que encontra vontade para ir além das ruínas e vulnerabilidades que avista. Não por acaso, pessoas jovens catalisam a indignação e emergem – de suas práticas e pensares – poéticas disruptivas que colocam o dedo na ferida do estado inercial de parte da sociedade.

Nascida do movimento secundarista e das ocupações de escolas públicas em São Paulo, em meados da década passada, a coletivA não tem dúvida de que a humanidade adoece a si e ao planeta, dadas as catástrofes acumuladas.

Em seu segundo trabalho, “Erupção – O levante ainda não terminou”, que estreia no Mirada, o desejo veemente é pela transfiguração de corpos em seres de outros tempos e cosmologias. “Eles estão por toda parte, nas árvores, nas folhas, nas águas, nos sons da floresta e em mim”, diz um trecho da dramaturgia. São tateadas formas outras de presenças, numa espécie de cena-filme sob signos de festa, guerra, feitiçaria e subversão.

A partir de uma escrita forjada a múltiplas mãos, corações e mentes, adensada pelo atrito entre dança, performatividade, música e artes visuais, a obra é definida como uma ficção científica em liminaridade com uma encenação biográfica, de modo a navegar por passado, presente e futuros.

Um trânsito diaspórico de cada corpo-memória a convocar saberes, pulsões, gestos, lutas e vidas ligadas às ancestralidades. Se corpos dissidentes criam mundos todos os dias, quais possibilidades podem nascer? Quais espaços a erupção pode deflagrar nos dias que correm?

Como se sabe, forças ancestrais da natureza são evocadas no trabalho dirigido por Martha Kiss Perrone. Insta-se que corpos-criaturas provoquem outras temperaturas, encontrem com histórias ligadas a uma experiência que há de transformar o mundo que até então se acreditava conhecer.

Quem são
Performers e artistas que se conheceram durante o levante do movimento secundarista e as ocupações de escolas públicas em São Paulo, entre 2015 e 2016, dão sopro à coletivA ocupação em 2017. Do encontro entre rebelião e teatro, formação e ato criativo, circunscreve-se um território de investigação de diferentes linguagens, mobilizações e combates urgentes. Corpos em revolta agora ocupam novos espaços e narrativas. Seu primeiro trabalho, “Quando Quebra Queima” (2018), circulou por festivais e mostras pelo país e o exterior. Em geral, a apresentação concilia ações formativas destinadas a jovens.

Ficha técnica

Performance e criação Abraão Kimberley, Akinn, Alicia Esteves, Alvim Silva, Ariane Aparecida, Benedito Beatriz, Gabriêle Maria Fernandes, Ícaro Pio, Lara Júlia Chaves, Letícia Karen, Lilith Cristina, Marcela Jesus, Mel Oliveira, Matheus Maciel, PH Veríssimo e Shao
Direção Martha Kiss Perrone
Dramaturgia Frente de Dramaturgia coletivA, Ícaro Pio, Lilith Cristina e Martha Kiss Perrone
Iluminação Benedito Beatriz
Operação de Luz Lux Machado
Preparação corporal Ricardo Januário e Frente Corpo coletivA
Música DJ Shao e Frente Música coletivA
Colaboração musical Anelena Toku
Figurino Juan Duarte
Coordenação de palco Jaya Batista
Direção de arte Frente Visualidades coletivA
Preparação vocal Abraão Kimberley
Assistência de Figurino Mel Oliveira
Produção Corpo Rastreado – Gabs Ambròzia, Paula Serra e coletivA ocupação