Teatro
Brasil
14 anos
170'
10 set ∙ Sábado ∙ 20h00
Teatro Brás Cubas- LIBRAS
Para a professora Isa Kopelman, da Unicamp, a tragédia é um gênero que envolve uma forma comunitária de criação de fantasmas e de cobrança dos vivos. Ciclo patente no espetáculo da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, cujo programa de mediação com o público traz uma análise da pesquisadora sobre a relevância de encenar os clássicos na contemporaneidade.
Em 2012, o diretor Marcelo Lazzaratto montou “Ifigênia”, baseada em “Ifigênia em Áulis”, de Eurípides. Agora, como marco das primeiras duas décadas do grupo, em 2020, postergado por causa da pandemia, ele concebe a dramaturgia e atua como Édipo, personagem-chave na recriação da Trilogia Tibetana.
A gênese das peças de 25 séculos atrás está na punição a Laio, então rei de Tebas, por desrespeitar a lei da hospitalidade dos gregos. O Oráculo de Delfos revela que ele será morto por seu filho e este se casará com sua esposa, Jocasta. Em “Édipo Rei” (430 a.C.), o protagonista descobre que é o assassino de Laio e filho do antigo rei e de Jocasta, sua atual esposa. Ao tentar fugir de uma antiga profecia que determinava matar o próprio pai e casar com sua mãe, acabou indo ao encontro da mesma.
O tempo de exílio em terras distantes transcorre em “Édipo em Colono” (401 a.C.). Após ser expulso pelos filhos, acompanhado de sua caçula, Antígona, o velho e ora cego peregrina em busca do derradeiro pouso. Até chegarem à cidade de Colono, nos arredores de Atenas, onde são acolhidos pelo rei Teseu.
Já em “Antígona” (441 a.C.), Tebas encontra-se destruída. Após a guerra pelo trono, os irmãos Polinices e Etéocles matam um ao outro, cumprindo a praga lançada pelo pai deles, Édipo. Creonte, o tio, assume a coroa e determina que o primeiro fique insepulto enquanto o segundo seja enterrado com honras. A sobrinha, a do título, o desobedece, é condenada a ser enterrada viva numa caverna, mas enforca-se antes. “Nasci para compartilhar amor, não ódio”, afirma.
Assim, os três tempos vão se entrelaçando, sem uma relação necessária de causa e efeito. E o coro, interpretado por um único ator, perpassa os tempos assim como Édipo. Ao fim e ao cabo, sabe-se que são os cidadãos comuns que atravessam as épocas e seus imaginários, geração seguida de geração, sempre sujeitos aos governantes e aos seus sistemas de governo.
Quem são
A Cia. Elevador de Teatro Panorâmico é um núcleo permanente de investigação de linguagem fundado em 2000, na capital paulista. Em 22 anos, desenvolveu repertório de 18 espetáculos levantados, sobretudo, a partir do sistema de atuação improvisacional chamado campo de visão, desenvolvido pelo seu encenador. Desde 2006, mantém sede no bairro do Bixiga.
Ficha técnica
Dramaturgia cênica e direção Marcelo Lazzaratto
Assistência de direção e preparação corporal Dirceu de Carvalho
Atores da Cia. Carolina Fabri, Marcelo Lazzaratto, Pedro Haddad, Rodrigo Spina, Tathiana Botth e Thaís Rossi
Atores convidados Eduardo Okamoto, Marina Vieira e Rita Gullo
Iluminação Marcelo Lazzaratto
Cenário Julio Dojcsar
Figurino Silvana Marcondes
Música original Dan Maia
Técnicos de som Anderson Moura e Gabriel Bessa
Técnico de luz Lui Seixas
Contrarregra Tiago Moro
Costureira Atelier Judite de Lima
Cenotécnico Fernando Lemos (Zito)
Adereços Marina Vieira
Maquiagem Cia. Elevador de Teatro Panorâmico
Fotografia João Caldas
Vídeo Roberto Setton
Projeto gráfico Alexandre Caetano – Oré Design Studio
Assistência de produção Larissa Garcia
Produção executiva Marcelo Leão
Produção Anayan Moretto
Realização Cia. Elevador de Teatro Panorâmico