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Teatro Amazonas

Azkona&Toloza

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Teatro

Espanha

12 anos

100'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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Idealizado pela coreógrafa espanhola Laida Azkona Goñi e pelo videoartista chileno Txalo Toloza-Fernández, a obra faz um inventário das violências na região amazônica.

Incontornável não pensar na atual política ambiental brasileira que remonta há séculos de massacres de povos originários na Amazônia, diferentes modos de exploração econômica e assassinatos de lideranças indígenas, ribeirinhas e defensores ambientais.

A dupla escreve, encena e performa amparada em procedimentos do documental, das formas animadas (objetos), da música incidental e do vídeo. Há amplo destaque às vozes de moradores, lideranças, historiadores e antropólogos por meio da técnica verbatim, que reproduz palavras e tonalidades dos relatos colhidos em viagens aos estados do Amazonas e do Pará.

O roteiro parte de marcos do delírio de grandeza, caso do empresário irlandês que vivia no Peru e sonhava abrir uma casa de ópera na selva amazônica e, para tanto, entrou para o ramo da exploração de borracha. Fracasso retratado no filme “Fitzcarraldo – O Preço de um Sonho” (1982), do alemão Werner Herzog. De fato, o Teatro Amazonas foi erguido e inaugurado em 1896, filho do ciclo da extração de látex.

Outro exemplo predatório é Fordlândia (PA), cidade construída às margens do rio Tapajós, um dos afluentes do Amazonas. Empreitada do norte-americano Henry Ford (1863-1947) e do governo de turno para produzir borracha, depois abandonada.

A gênese da obra estreada em 2020 veio de um exercício de escuta. Melhor, de leitura. Em 2 de janeiro de 2019, Azkona&Toloza conheceu a carta aberta dos povos Aruak, Baniwa e Apurinã ao presidente empossado. Era o segundo dia de mandato e o conteúdo, mobilizador.

“Já fomos dizimados, tutelados e vítimas de política integracionista de governos e do Estado Nacional Brasileiro, por isso vimos em público afirmar que não aceitamos mais política de integração, política de tutela e não queremos ser dizimados por meios de novas ações de governo e do Estado Nacional Brasileiro”, diz o documento.

No país escravocrata – de indígenas e depois africanos –, os apelos seguem aviltados por governo, caçadores, pescadores, garimpeiros, grileiros, madeireiros e seus compradores.

Quem são
Situado a meio caminho entre o Mar Mediterrâneo, os Pirineus e o deserto do Atacama, Azkona&Toloza conforma criações da espanhola Laida Azkona Goñi (1981) e do chileno Txalo Toloza Fernández (1975) centradas na releitura da história oficial. Como na Trilogía Pacífico, a qual abarca colonialismo e barbárie em áreas da América Latina: “Extraños Mares Arden” (2014), “Tierras del Sud” (2018) e “Teatro Amazonas” (2020).

Ficha técnica
Projeto de Azkona&Toloza
Dramaturgia e encenação Laida Azkona Goñi e Txalo Toloza-Fernández
Performers Laida Azkona Goñi e Txalo Toloza-Fernández
Voz em off Luana Raiter e Camilo Schaden
Assistente de direção Raquel Cors
Pesquisa documental Leonardo Gamboa
Desenho de produção Elclimamola
Trilha sonora original e design de som Rodrigo Rammsy
Conceito de som Juan Cristóbal Saavedra
Projeto de iluminação Ana Rovira
Técnico de iluminação em turnê Conrado Parodi
Design audiovisual MiPrimerDrop
Cenografia Xesca Salvà e MiPrimerDrop
Estilismo Sara Espinosa
Produção na Espanha Helena Febrés
Produção delegada fora da Espanha Théâtre Garonne – scène européenne
Tradução para português Lívia Diniz e Camila Rocha
Tradução para tukano João Paulo Lima Barreto
Relator Pedro Granero
Ilustração Jeisson Castillo
Fotografia Tristán Pérez-Martín
Produção no Brasil OFF Produções Culturais – Celso Curi, Heloisa Andersen, Jackson França e Wesley Kawaai
Apoio Institut Ramon Llull