Teatro

Argentina

14 anos

90'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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A evolução histórica do conceito de simultaneidade, da Idade Antiga até o início do século XX, é dos capítulos mais apaixonantes no conjunto de conhecimentos referentes à física. E a arte nunca deixou de flertar com a ciência, por milênios a fio. Um exemplo disso pode ser testemunhado na peça criada e produzida pelo Teatro Bombón, um festival de site specific, termo em inglês que designa obras elaboradas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado. A singularidade da ação cultural que acontece em Buenos Aires está em reunir artistas e vizinhos para criar obras curtas no quarteirão onde vivem ou trabalham.

Em “La Mujer que Soy”, a narrativa transcorre simultaneamente e de forma sincrônica em dois espaços que se inter-relacionam. Cada apartamento dá conta de uma perspectiva da história, permitindo à audiência compreender o todo. Personagens circulam de um espaço cenográfico a outro e se encontram apenas uma vez em um corredor ou hall intermediário. A duração dessa experiência autodefinida como à la carte é de meia hora, pois cada pessoa opta por ver um dos ângulos ou visitar os dois nichos adjacentes na ordem que desejar.

A estrutura espelhada serve à narrativa em torno de Mercedes e Martha. Elas foram casadas e agora vivem separadas, mas em ambientes contíguos. Afinal, tentam definir o futuro do relacionamento a partir da transição de gênero de Mercedes. Sua filha, Cecilia, irrompe com uma nova namorada em busca de abrigo temporário.

A dramaturgia do diretor Nelson Valente versa sobre a incondicionalidade do amor e suas múltiplas facetas.

Cada teto tem uma estética e um mobiliário próprios. O de Martha é convencional, denota uma ordem apolínea, predominam cores pastéis e ocres. Os móveis fazem parte de um jogo. Decoração sóbria, quadros com paisagens. Dá a sensação de um lugar calmo, mas aborrecido. Já a casa de Mercedes é barroca, de apelo dionisíaco, com cores estridentes. Os móveis são de distintas procedências. Decoração hippie, cheia de souvenirs, bichos de pelúcia. Sugere uma morada alegre.

Quem são
Teatro Bombón nasce em 2014 como um festival site specific de obras curtas. Suas dez edições convidaram artistas de diversas gerações e estéticas a criar mais de 60 obras originais nos campos do teatro, da dança e da performance, apresentadas simultaneamente e sob demanda. Uma dramaturgia urbana de Monina Bonelli e Cristian Scotton em colaboração com artistas, gestores locais e vizinhos, portanto impregnada de espírito comunitário.

Ficha técnica
Atuação Maiamar Abrodos, Daniela Pal, Mayra Homar e Silvia Villazur.
Dramaturgia e direção Nelson Valente
Curadoria do Teatro Bombón Monina Bonelli, Cristian Scotton e Sol Salinas
Produção no Brasil OFF Produções Culturais – André Cajaiba, Celso Curi, Heloisa Andersen e Wesley Kawaai
Produção cênica Coletivo Zero
Direção de arte e cenografia Emanuelly Abade e Fabrício Freitas
Assistência de arte e cenografia Joana Chaves
Apoio de itens cenográfico Ismênia de Jesus e Instituto Procomum
Equipe de apoio Joana Chaves, Chris Martins Dos Santos, Noah Lovelace e Tormenta

Esta obra fez parte do projeto Bombón Vecinal, um festival site-specific de peças curtas criadas por artistas e vizinhos, em coprodução com o FIBA – Festival Internacional de Buenos Aires, com apoio do Mecenato Cultural