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Discurso de Promoción

Grupo Cultural Yuyachkani

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Teatro

Peru

12 anos

120'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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O quadro Proclamación de la Independencia de Perú (1904), do pintor Juan Lepiani (1864-1932) intenta representar a cena idealizada do ato histórico do general argentino José de San Martín (1778-1850), que emancipou o país da coroa espanhola em 1821, conforme repisam os livros didáticos. A tela que emoldura o mito está profundamente implicada no espetáculo do Grupo Cultural Yuyachkani, uma reflexão a contrapelo das heranças ligadas a estruturas sociais coloniais.

Em primeiro plano na pintura, numa varanda, constam apenas figuras masculinas e brancas da nobreza política e religiosa. Em segundo, abaixo, está o presumido povo, cujos rostos destoam do perfil étnico da população de significativa proporcionalidade ancestral andina dos povos quéchua e aimará. Nada de lideranças como Túpac Amaru II (1738-1781) e Micaela Bastidas (1744-1781), que conduziram a maior rebelião indígena anticolonial da América Latina no século XVIII.

O trabalho abre com estudantes e professores de uma escola tradicional que montam uma espécie de quermesse para comemorar a efeméride do bicentenário da independência e arrecadar fundos para a excursão de formatura da turma a Machu Picchu, cidade construída pelos incas.

Entretanto, no segundo ato, os mesmos personagens desconfiam dos quadros heroicos oficiais e de outras representações que pintam a história do país e propõem uma mirada distinta aos acontecimentos.

Estreada em 2017, a obra une integrantes do Yuyachkani e artistas convidados atuantes em artes plásticas, cênicas e performativas. Sucede, assim, a convivência de diversas teatralidades e comportamentos em que a experiência junto aos espectadores é central.

Disposto em espaço multiúso, “Discurso de Promoción” move-se por uma linguagem contemporânea e performativa, ora festiva, ora fúnebre, suscitando uma importante crítica e autocrítica quanto às práticas de memória em qualquer país.

Quem são
Criado em 1971, o Grupo Cultural Yuyachkani é afeito à criação coletiva, experimentação e performance política. O nome quéchua significa “estou pensando/estou me lembrando”, metáfora para o sincretismo das teatralidades que se encontram nas tradições peruanas e da cultura indígena no contexto sociopolítico. Além da ênfase dos corpos no espaço, suas obras envolvem texto, arquivo documental, fotografia, instalação, dança e jogo, organizando as dramaturgias conforme cada criação demanda. Seus integrantes, sob a direção de Miguel Rubio Zapata, se definem não apenas como atrizes e atores criadores, mas como cidadãos e ativistas. Em 2021, o grupo expôs seu acervo na 34ª Bienal de São Paulo.

Ficha Técnica
Conceito e direção Miguel Rubio Zapata
Em cena Jorge Baldeón, Daniel Cano, Augusto Casafranca, Ana Correa, Ricardo Delgado, Milagros Felipe Obando, Raúl Durand, Gabriella Paredes, Rebeca Ralli, Teresa Ralli, Alejandro Siles Vallejos, Silvia Tomotaki e Julián Vargas
Assistentes de direção Milagros F. Obando e Silvia Tomotaki
Produtora Socorro Naveda
Coordenação técnica Alejandro Siles Vallejos
Assistência técnica Jorge Rodríguez Chipana
Coordenação de cenografia e elementos Segundo Rojas
Textos e consultoria literária Benjamín Sevilla
Consultoria em dramaturgia sonora Pablo Sandoval Coronado
Projeto de iluminação Ricardo Delgado e Alejandro Siles Vallejos
Vídeo Tatiana Fuentes e Matías Ângulo
Pós-produção de áudio e vídeo Alejandro Siles Vallejos
Equipe plástica Jorge Baldeón, Segundo Rojas, Octavio Felipe Obando, Julio Beltrán e Lili Blas
Máscara da morte Edmundo Torres
Assistente de produção de palco Silvia Tomotaki
Secretária Roxana Candiotti
Produção no Brasil AFLORAR CULTURA
Coordenação de produção no Brasil Cynthia Margareth
Produção executiva no Brasil Gustavo Valezzi
Mediação, tradução e comunicação no Brasil Ana Julia Marko
Coordenação técnica no Brasil Eduardo Albergaria
Temas musicais
“Bruma” (Pauchi Sasaki)
“Galletas” (Pauchi Sasaki)
“Sácale la Miel” (Los Destellos)
“Y se Llama Perú” (Augusto Polo Campos)
“My Way” (versão de Frank Sinatra)
“Diablada” (versão Centinelas del Altiplano)
Marcha “El Cóndor Pasa” (versão de Los Auténticos del Callao)
Marcha “Al Nazareno” (Los Auténticos del Callao)
“Himno de las Américas” (Rodolfo Sciamarella)