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CUANDO PASES SOBRE MI TUMBA

Sergio Blanco

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Teatro

Uruguai

16 anos

100'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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Na definição clássica, “a autoficção é uma ficção de acontecimentos e de fatos estritamente reais”, como declarou o escritor francês Serge Doubrovsky (1928-2017). Coube a ele teorizar acerca do gênero literário inclassificável até os anos 1970.

A escrita do eu é precisamente a plataforma de voo da dramaturgia do franco-uruguaio Sergio Blanco, que elevou o estatuto da autoficção no teatro à enésima potência. Sua escrita pactua com a mentira para contrapor-se ao pacto de verdade da autobiografia, como se vê em “CUANDO PASES SOBRE MI TUMBA” (2016), voltada aos supostos últimos dias de vida do autor.

Ele organiza seu suicídio assistido em uma clínica de luxo, na Suíça, e planeja entregar seu corpo a um jovem necrófilo internado em um hospital psiquiátrico de Londres. São narrados diferentes encontros que Blanco teria com o médico responsável pelo ato cobiçado e com o referido destinatário. À medida que adramaturgia avança, aborda-se nem tanto o tema da morte, mas do erotismo. Paixão e desejo enquanto impulsos inevitáveis ​​de toda experiência vital.

O título faz menção indireta a versos do poeta persa Hafez de Shiraz, do século XIV: “Meu amor, quando passares sobre o meu túmulo, rasgarei minha mortalha”.

Eros e Tânatos. Em suas peças as pulsões de morte e de vida são uma constante. Ou se está apaixonado ou se tem medo da morte.

A estrutura do trabalho que traz ao Mirada se dá, por um lado, como um poema dramático que canta os tormentos inflamados do amor e, por outro, expõe uma dissertação metafísica sobre o estatuto político do corpo post mortem. Afinal, a quem pertence um cadáver? Questão da qual a arte teatral se ocupa desde o Egito ou a Grécia antigos.

Blanco diz que escreveu a história à mão e com sangue. Acordava cedo e sentava para trabalhar durante uma jornada de sete horas. “Esta obra só poderia ser escrita desta forma, pois os procedimentos de escrita têm muito a ver com o que se conta. É um texto que fala de questões tão corporificadas que eu só poderia escrevê-las com sangue”, afirma.

Em três atos, três atores são eles mesmos e seus personagens arquitetados. Operam a luz, o som, acessam a internet. Tudo ao mesmo tempo agora. 

Quem é
Dramaturgo e diretor teatral, Sergio Blanco (1971) viveu a infância e adolescência em Montevidéo. Atualmente reside em Paris. Após estudar filologia clássica e direção na Comédie Française, dedica-se por inteiro à escrita e à direção. Desde 2008, integra a uruguaia Compañía de Artes Escénicas Contemporáneas COMPLOT. Em 2013, estreia “Tebas en Land”. Também é autor de “La Ira de Narciso” (2015) e “El Bramido de Düsseldorf” (2017), entre outros textos.

Ficha técnica
Texto e direção Sergio Blanco
Atuantes Sebastián Serantes, Gustavo Saffores e Felipe Ipar
Design visual Miguel Grompone
Operação de vídeo ao vivo Francesca Crossa e Miguel Grompone
Cenografia e iluminação Laura Leifert y Sebastián Marrero
Assistente de iluminação e cenografia Paula Martell
Figurino Laura Leifert
Desenho de som Fernando Castro
Operador de som ao vivo Gerardo Hernández e Fernando Castro
Preparação vocal Pablo Routin
Preparação instrumental Federico Zavadszky
Fotografia Nairí Aharonián
Design gráfico Augusto Giovanetti
Comunicação Matías Pizzolanti
Gestão de imprensa Valeria Piana
Estagiária de direção Direction intern Pasante de dirección Ana Karen Peraza
Assistente de direção e produção Danila Mazzarelli
Produção e circulação Matilde López Espasandín
Produção no Brasil Arte Rumo Produções – Raquel Dammous
Espetáculo coproduzido por Festival Internacional de Artes Escénicas de Uruguay & Festival Internacional de Buenos Aires