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Orgia, Pasolini

Teatro Nacional 21

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Teatro

Portugal

16 anos

90'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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Em artigo publicado na Folha de S.Paulo focado no centenário de nascimento do intelectual militante italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), transcorrido em 5 de março de 2022, o diretor de cinema e pesquisador Carlos Adriano elaborou a seguinte súmula do artista literário e cineasta que expressou sua genialidade na subversão: “Pier Paolo Pasolini era mais que um autor completo (e complexo) – escritor, poeta, polemista, cineasta. Era cristão, marxista e gay – heresia pura. Encarnação de um tipo emblemático e subversivo dos anos 1960 e 1970, era um intelectual militante, nas hostes da arte e da política, comprometido com o desejo de uma sociedade melhor, mais justa, fraterna e humana”.

Algumas das inquietações presentes em toda a carreira de Pasolini estão refletidas em “Orgia, Pasolini”, esboçada em 1966, no bojo de outras cinco peças delineadas em jorro de fôlego, quando o autor convalescia de uma úlcera.

Nas palavras do diretor Nuno M Cardoso, trata-se de uma tragédia do indivíduo contemporâneo que se confronta com o passado e com a sua singularidade, que ainda tem de fazer a travessia pelo sofrimento para concretizar a aprendizagem.

“Morri agora mesmo. O meu corpo pendula de uma corda, estranhamente vestido.” A primeira fala no prólogo diz a que veio o homem, a voz póstuma, num misto de narrador e protagonista a rebobinar a existência. A ressoar Eros e Tânatos “como a vibração de um sino interno e sensível”, diz Cardoso.

Para o diretor, a peça diz respeito à diversidade, à identidade pessoal, à luta pela liberdade e à procura de felicidade numa sociedade que considera opressora, controladora e reguladora. “Não é uma história pornográfica ou erotizada”, ressalva. Mas “um teatro de palavras conjugadas pela língua da carne”.

Ele espera que “o espectador ouça mais que veja”, no que vale retornar ao prólogo: “Repito, por isso, que se a minha vida tivesse sido um espetáculo não seria eu a ficar frente a frente com o drama, devido, por tradição, a um conflito. A revisão dos últimos eventos da minha tragédia não podia ser um drama ou um dilema, repito, senão na consciência de um eventual espectador”.

Quem são
A companhia Teatro Nacional 21 (TN21) foi fundada em 2011 por Cláudia Lucas Chéu e Albano Jerónimo, a partir da montagem de “Glória ou Como Penélope Morreu de Tédio”, com texto e encenação de Chéu. Nuno M Cardoso (1973) é encenador, ator, professor e diretor artístico.

Ficha técnica
Texto Pier Paolo Pasolini
Tradução Pedro Marques
Direção Nuno M Cardoso
Interpretação Albano Jerónimo, Beatriz Batarda e Marina Leonardo
Cenografia Ivana Sehic
Assistência de cenografia João Renato Baptista e Rodrigo Queirós
Desenho de luz Rui Monteiro
Assistência de desenho de luz Teresa Antunes
Figurinos Sara Miro
Som Óscar Benito
Direção de produção Francisco Leone
Produção executiva Luís Puto
Produção Teatro Nacional 21
Direção Teatro Nacional 21 Albano Jerónimo, Cláudia Lucas Chéu e Francisco Leone
Gestão no Brasil ECUM Central de Produção
Coordenação de produção no Brasil Guilherme Marques
Coordenação técnica no Brasil Grazi Vieira
Assistente de produção no Brasil Carmen Mawu Lima
Assistente cenográfico no Brasil Arthur Hideki
Assistente Administrativa Financeiro no Brasil Delphine Lacroix
Head de luz no Brasil Eduardo Albergaria e Fernanda Guedella
Técnicas de palco no Brasil Giovanna Kelly e Lara Gutierrez
Coprodução Teatro Viriato – Viseu, Centro Cultural Vila Flor/Oficina Guimarães
Apoio Adelaide Castro, AMANDA, Circolando, Emanuel Abrantes, Ira de Jesus, Lola Sousa, Mala Voadora e Polo Cultural das Gaivotas
Agradecimentos Gonçalo Gouveia, Paulo Capelo Cardoso e Pro.Dança