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Um Inimigo do Povo

Baccan e Kavaná Produções Artísticas

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Teatro

Brasil

14 anos

180'

R$30 inteira

R$15 meia entrada

R$10 credencial plena

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Imagine uma cidade do interior ou do litoral cujo sistema de águas é diagnosticado com focos de infecções e isso adoece as pessoas. “Um Inimigo do Povo” transpõe a peça do norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) para um sugerido pedaço de Brasil contemporâneo, de pelejas provincianas e privilégios nas correlações de força das elites política, empresarial e midiática que relegam concidadãos ao décimo plano.

Estão lá o culto à autoridade, o apelo político dissimulado à moderação e a manipulação da informação. Com uma crítica extremamente atual, temos o drama do médico Thomas Stockmann, ameaçado pelos interesses econômicos e a corrupção do poder público ao descobrir e denunciar que as águas de sua cidade – cuja principal atividade é um balneário e termas – estão contaminadas.

O anúncio gera um enorme conflito. Empresários mobilizam, com apoio da imprensa, a opinião pública contra o protagonista, transformando o herói em um inimigo do povo – a massa forjada nos confrontos de poder. E tudo ganha uma proporção ainda maior porque ele é irmão do prefeito e casado com a filha adotiva de um grande empresário.

A encenação de José Fernando Peixoto de Azevedo propõe o redimensionamento da configuração dos personagens, dando a eles uma fisionomia não prevista por meio da presença de atores negros, desde a figura do protagonista.

Também acentua a exposição pública da voz da ciência fazendo com que o episódio ganhe ares de terror. Para contribuir com essa atmosfera, traz como referência cinematográfica o clássico “A Noite dos Mortos Vivos” (1968), do norte-americano George A. Romero. No filme, o protagonista negro tenta sobreviver em um país onde as pessoas da classe média branca se transformam em zumbis por conta de uma epidemia.

No embate de ideias ibseniano, noções de verdade, justiça, razão e má-fé são problematizadas sob a trilha musical tocada e cantada ao vivo. Um operador de câmera como que cola nos atuantes em cena, captando imagens projetadas em tempo real numa tela móvel, recurso que amplifica a percepção sobre o que está em jogo.

Quem é
José Fernando Peixoto de Azevedo é dramaturgo, roteirista, diretor de teatro e de filmes, pesquisador e ensaísta, além de docente e orientador na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), da qual também é diretor. Entre 1997 e 2016, exerceu a direção artística do grupo Teatro de Narradores. Escreveu e dirigiu peças com o grupo Os Crespos, além de criações com outros artistas e coletivos. Tem trabalhado acerca das relações entre teatro e capitalismo, a experiência colonial e as formas do teatro negro, teatro e filosofia.

Ficha técnica
Texto Henrik Ibsen

Tradução Pedro Mantiqueira
Revisão e adaptação de tradução Karl Erik Schøllhammer
Dispositivo de cena e direção José Fernando Peixoto de Azevedo
Elenco Augusto Pompeo, Cesar Baccan, Clara Carvalho, Lilian Regina, Lucas Scalco, Raphael Garcia, Rodrigo Scarpelli, Rogério Brito, Sergio Mastropasqua e Thiago Liguori
“Ponto” em jogo Tatah Cardozo
Direção musical e live electronics  Thiago Liguori
Câmera e edição de imagens André Voulgaris
Desenho de luz Wagner Pinto e Gabriel Greghi
Figurino Anne Cerutti
Assistente de direção Lucas Scalco
Preparação corporal Tarina Quelho
Cenotécnico Douglas Caldas
Operador de luz Jonas Ribeiro
Fotos Ronaldo Gutierrez
Programador visual Rafael Oliveira
Assessoria de imprensa Pombo Correio
Estágio de direção Tatah Cardozo
Assistente de produção Lúcia Rosa e Rebeca Oliveira
Produtor Executivo Marcelo Ullmann
Diretor de Produção Cesar Baccan
Produção e Realização Baccan e Kavaná Produções
Apoio Institucional Embaixada da Noruega em Brasília