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Mar de Fitas Nau de Ilusão

Grupo Imbuaça

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Teatro

Brasil

Livre

60'

Entrada gratuita

10 set ∙ Sábado ∙ 12h00

Praça Mauá
Centro Histórico, Santos - SP
  • LIBRAS

info

Atividades apresentadas ao ar livre poderão ser alteradas ou canceladas em caso de variações climáticas que prejudiquem sua execução. Informe-se aqui ou no Sesc Santos.

“O reino é laico, mas eu sou do patuá.”

Dita em cena, a fala é uma das pérolas que costumam cair na graça do público ao ar livre. Ela exemplifica como variações do sagrado e do profano dão liga ao espetáculo que sorve da literatura de cordel. A tradição da expressão oral em verso oxigena boa parte das peças do Grupo Imbuaça desde sua nascença, em 1977, o mais longevo em práticas e poéticas do teatro de rua no panorama nacional, e lá se vão 45 anos.

Em certa medida, o cordel pode ser visto como o patuá que criadoras e criadores de Sergipe carregam para superar todo tipo de obstáculos na cruzada pela cultura popular. Considerado amuleto no candomblé, o objeto consiste em pequeno pedaço de tecido na cor correspondente à do orixá a que se devota e cujo nome é ali bordado e levado junto ao corpo como signo de fé, sorte e proteção.

No marco dos 40 anos, em 2017 , a trupe levou seu estandarte à praça pública com “Mar de Fitas Nau de Ilusão” para saudar as bases de uma gramática cênica realimentada por canções, danças e expressões de uma estética depurada décadas adentro.

A obra “também matuta e questiona sobre a dura situação dos artistas populares e a penosa luta para sobreviver com duas profissões: uma para colocar comida à mesa e alimentar o corpo, outra que não lhe garante o pão, mas lhe é vital para a alma”, segundo informa o material de divulgação.

Nove atores interpretam mais de 20 músicas, entre elas a da primeira montagem, “Teatro Chamado Cordel” (1978).

Integrantes do coletivo costumam revezar a direção ou a dramaturgia, caso do presente trabalho sob roteiro e encenação de Iradilson Bispo.

E para salientar que o vínculo desse coletivo com o universo dos cordelistas não resulta tão somente prático, como já não fosse muito, seu ator e cofundador Lindolfo Amaral elaborou a tese “Na Linha do Cordão: do Folheto à Dramaturgia (1957-2007)”, defendida em 2013 pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A pesquisa trata do impacto da exibição da comédia “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, no Primeiro Festival de Amadores Nacionais, realizado no Rio de Janeiro em 1957. Proeza reverberada anos depois em autores como João Augusto Azevedo, Altimar Pimentel, Aglaé d’Ávila Fontes e Lourdes Ramalho. Além, é claro, de incidir sobre a arte do Imbuaça por toda a vida.

Quem são
O nome do grupo homenageia o embolador e artista popular Mané Imbuaça, tocador de pandeiro. Foi fundado em 28 de agosto de 1977, fruto da oficina de teatro de rua ministrada pelo ator Bemvindo Sequeira, com base na experiência do Teatro Livre da Bahia. Produziu 35 peças, a maioria levada ao ar livre, vide “Escreveu Não Leu, Cordel Comeu!” (1989) e “A Farsa dos Opostos” (1992). Sua sede, em Aracaju, abriga oficinas e ações socioeducacionais.

Ficha técnica
Roteiro e direção Iradilson Bispo
Direção musical Humberto Barretto
Elenco Amadeu Neto, Humberto Barretto, Iradilson Bispo, Lindolfo Amaral, Lidhiane Lima, Manoel Cerqueira, Priscila Capricce, Rosi Moura e Talita Calixto
Cenário, figurino, maquiagem e adereços Iradilson Bispo
Figurino da Rainha João Marcelino
Restauro do figurino da Rainha Iradilson Bispo
Execução de figurinos Dona Neres
Contrarregragem  Rogers Nascimento
Técnico de som  Fábio Eduardo
Camarim Mercinha Barreto
Produção IMPAR: Imbuaça Produções Artísticas
Coordenação de produção Lindolfo Amaral
Produção executiva Mércia Barreto