Sobre devorar conchas e clérigos

NOTAS DA REDAÇÃO

A estudante de Produção Audiovisual, Juliana dos Santos Zacarias, 18 anos, esteve no Mirada, durante a performance “Devorar conchas e clérigos”, realizada pela Companhia Antropofágica. No trabalho, o grupo de teatro, criado em 2002, propõe uma oscilação entre tempos, mídias, o real e o imaginário. Ao final da apresentação, conversamos com Zacarias sobre a sua trajetória e o seu olhar sobre a obra. Leia na íntegra:

“Eu já havia assistido outras peformances/instalações, no entanto, cada uma traz consigo uma mensagem e é essa singularidade que nos proporciona diferentes olhares e sensações.

Foi uma experiência extraordinária, eu achei fascinante o fato de tudo ter sido realizado em um ambiente sem tanta luz forte e com objetos interativos, nos ajudando a expressar os impactos da performance de diversas maneiras. Como uma pessoa autista, um espaço cultural que abrange e considera essas questões, é muito importante (foi uma das poucas vezes que saí de um evento sem estar em sobrecarga sensorial, tendo aproveitando do ínicio ao fim).

Me emocionei demais, conforme eu lia as inúmeras frases escritas por toda parte ia assimilando ao que estava sendo dito sem palavras e até me identifiquei com alguns trechos da dança e expressões. Me cativou a forma como declamaram o texto ao fim da performance e nessa hora eu já não conseguia conter as lágrimas com tamanha verdade sendo dita. Espero poder assistir manifestações artísticas semelhantes em breve.”

por Juliana Pithon