Christina Elias em cena de Sem Fim, performance da exposição TheA²trumcoRpUsmunDi. Foto: Morteza Nazeri/divulgação

Debates, oficinas, performances são parte das Ações Formativas do MIRADA

AÇÕES FORMATIVAS

São mais de 75 artistas e pesquisadores em atividades ao longo dos 10 dias de festival. Na conferência de abertura, a filósofa Djamila Ribeiro aborda o tema decolonialidade e pós-colonialismo.

A sexta edição do MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, acontece de 9 a 18 de setembro. Como em outras edições, fomentar o pensamento crítico e autocrítico com suas atividades formativas sempre foi um ponto fundamental do Festival e, ao longo dos dez dias, estão previstas rodas de conversa, intercâmbios, oficinas, performances, exposição, lançamentos de livros e encontros abertos. 

Em 2022, três criadores foram convidados a articular, junto à equipe do Sesc, as atividades formativas, reflexivas e criativas desse segmento: a atriz, dramaturga e tradutora Giovana Soar (companhia brasileira de teatro, PR); o ator e dramaturgo  Jhonny Salaberg (O Bonde, SP) e o ator e dramaturgo Ivam Cabral (Cia. de Teatro Os Satyros, SP). Mais de 75 artistas e pesquisadores do campo das artes cênicas e de áreas transversais participam das ações e dividem saberes, discernimentos, dúvidas e questionamentos apontados pela programação do festival, mas também miram um contexto mais amplo.

Dois eventos marcam o início das atividades reflexivas e formativas e sintetizam o caráter crítico e político do Festival, em diálogo com as necessidades de nosso momento histórico. Na Conferência de Abertura, a filósofa Djamila Ribeiro lança seu olhar tendo como ponto central o sentido de decolonialidade e pós-colonialismo, e um grande encontro em que os convidados Lindolfo Amaral, do espetáculo “Mar de Fitas Nau de Ilusão”; Davi Guimarães, de “CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”; Nixon García Sabando, de “QUIMERA”; Jorge Baldeón, de “Discurso de Promoción”; Geni Nuñez e Harry de Castro debatem os caminhos da decolonialidade na arte, com mediação da dramaturga Dione Carlos.

Durante o Festival, a série Conversas: Intersecções entre as Obras reflete sobre as influências nos procedimentos em processos criativos, em debates dinâmicos e interativos com o público. São cinco rodas com diferentes temas: “Teatro das Bordas: Enfrentando a Metrópole”; “Como Estar Juntos?”; “Ações Democráticas Dentro e Fora de Cena”; “Seu Corpo Como Espaço de Investigação”; “A Recriação/Reinvenção de Contextos Sociais na Arte”.

Nas oficinas, artistas e pesquisadores de diferentes vertentes apresentam olhares sobre seus trabalhos. Práticas de transbordamento é coordenada pelas coreógrafas Marcela Levi, do Brasil, e Lucía Russo, da Argentina; DesmontagemHamlet” é uma atividade dirigida a educadores e educadoras, comandada pela diretora peruana Chela De Ferrari sobre sua versão “livre” da peça de Shakespeare, com oito atores e atrizes com Síndrome de Down em cena; em Por uma crítica [des]norteadora: suleando pensamentos, Guilherme Diniz propõe aos participantes o exercício da crítica teatro como um ato político; Escavação: a  hystórya por bayxo das unhas, com Juão Nyn, questiona o teatro como conhecemos e apresenta manifestações teatrais já existentes em território brasileiro antes da chegada dos portugueses. 

As ações em ambiente digital também são parte das atividades formativas e expandem seu alcance a novos públicos. As criadoras de conteúdo Érica Ribeiro e Livia La Gatto fazem a cobertura do festival e interagem com o público através das redes sociais do Sesc Santos com o “Mirada tá ON”. Já a Sala de Dramaturgia Virtual, uma plataforma on-line, coloca dramaturgos de diferentes lugares do Brasil para compartilhar um processo coletivo de escrita sob olhar do público. Participam da sala: Aldri Anunciação, Dione Carlos, Lucas Moura, Ave Terrena, Victor Nóvoa, Leonarda Glück, Paulo Henrique Sant’ Anna e Daniel Veiga.  

Um dos mais importantes grupos de teatro brasileiro vai compartilhar com o público a fase atual do seu próximo trabalho. Rodeio, do Teatro da Vertigem, estreia em breve e na obra, se propõe a investigar o ambiente rural brasileiro, especialmente as regiões Sudeste e Centro-Oeste, estendendo-se para o Norte, no estado de Rondônia. Após a abertura, haverá um bate-papo com a equipe e mediação de Amilton de Azevedo

Durante os dias de Festival, a área de convivência do Sesc Santos transforma-se no Ponto de Encontro, espaço extensivo de fruição artística para o público após as sessões dos espetáculos. Shows musicais, discotecagens e intervenções artísticas fazem parte da agenda pensada para um ambiente que celebra a diversidade e convida à troca de ideias. 

 

Confira a programação completa aqui.